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quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Biologia

Na parte de Biologia, falaremos um pouco sobre descobertas científicas na área biológica das décadas de 1940/1950 e sobre uma doença persistente no Brasil também durante o período da obra de Lygia Fagundes Telles, Ciranda de Pedra.
- Descobertas Biológicas:

   # Descoberta da Penicelina de
Fleming

 A penicilina foi descoberta por Fleming em 1928. Esta descoberta ocorreu em condições nada convencionais, pode-se até dizer que tais condições ocorreram de forma inesperada e surpreendente.
 Em 1940, sua descoberta foi estudada mais profundamente por dois pesquisadores: Howard Florey e Ernst Chain, a partir deles, a penicilina passou a ser utilizada para fins terapêuticos.
 Através do uso da penicilina, deu-se inicio a uma nova fase da medicina: a fase dos antibióticos.
 Os antibióticos são potentes armas contra infecções causadas por bactérias que invadem nosso organismo, sendo estas, causadoras de doenças como: tuberculose, meningite, pneumonia, entre muitas outras que eram letais antes de sua descoberta.
 Ao contrário de antigamente, quando sua produção era realizada apenas por fungos e bactérias, hoje, o homem já é capaz de produzir antibióticos sintéticos.
 Os antibióticos são comumente utilizados no tratamento de infecções bacterianas. Entretanto, seu uso deve ocorrer somente sob indicação médica, pois, se usado indiscriminadamente, ao invés de combater as bactérias, ele as tornará mais resistentes, e, desta forma, já não será mais eficaz contra elas.
 O antibiótico pode agir como bactericida, quando sua ação provoca eliminação de bactérias, ou, ainda, bacteriostático, quando interrompe a sua proliferação.


 # O experimento de Urey-Miller.


 Um aluno chamado Stanley Lloyd Miller (07/03/1930 – 20/05/2007), nasceu em Oakland, Califórnia, em 1953, construiu em laboratório um sistema que simulava as condições da atmosfera primitiva.
 O experimento de Miller era formado por tubos e balões de vidro interligados, onde foram adicionados compostos existentes na atmosfera primitiva, segundo Oparin: amônia (NH3), metano (CH4), hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O). O sistema foi aquecido e recebeu descargas elétricas, simulando a temperatura eleva da época e as tempestades que ocorriam. No condensador a mistura dos gases era resfriada, simulando o resfriamento da Terra, pois as gotículas de água acumuladas escorriam, simulando as chuvas. O aquecimento provocava o ciclo desse processo. Miller manteve esse sistema por uma semana. Após esse tempo, a água do reservatório, ou armadilha, foi analisada através de vários experimentos e mostrou a presença de aminoácidos e outras substâncias químicas mais simples.   Hoje sabemos que os gases presentes na atmosfera eram bem diferentes dos propostos por Oparin e utilizados por Miller. Experimentos recentes demonstraram que a atmosfera primitiva era formada por gás carbônico (CO2), metano (CH4), monóxido de carbono (CO) e gás nitrogênio (N2). Mesmo que Miller não tenha usado os mesmos gases, seu experimento mostra que nas condições da Terra primitiva era possível a formação de aminoácidos. Durante o seu experimento ele foi supervisionado por Harold Urey - *1893 / +1981 - na Universidade de Chicago.
 



 Este experimento é considerado um marco histórico nas pesquisas a respeito da origem da vida, embora novos enfoques tenham questionado a sua validade, devido, em parte,à improbabilidade de uma atmosfera altamente redutora na terra primitiva, porem muitas pessoas já refizeram o experimento, e em todos os casos aconteceram a mesma coisa. Desde então conhecido como "Experimento de Urey-Miller" ou a "Sopa Orgânica" foi publicado em 15 de maio de 1953 pela revista científica Science, com um impacto notável - era a primeira demonstração de como moléculas orgânicas poderiam ter surgido nas condições especiais da Terra primitiva.  Stanley Miller morreu no dia 11 de maio de 2007, aos 77 anos. Desde 1999, Miller estava lutando contra os efeitos de uma série de derrames, que o impediam de prosseguir na carreira acadêmica. Segundo declaração de seu irmão, Donald, ao jornal americano "The New York Times", a causa da morte foi parada cardíaca. Ele nunca se casou, nem deixou filhos.
 Através desse experimento, nós podemos ter uma noção de como era a Terra Primitiva, descobrimos que através das condições climáticas da época era possível a formação de aminoácidos, esse experimento teve um grande impacto no campo biológico, possibilitando novas linhas de estudos, e Miller ficou sendo conhecido como o pai da química da origem da vida.

- Doença Persistente no território brasileiro:
     # Malária:
 A malária não é uma doença moderna. Há registros de ocorrências dessa enfermidade desde a pré-história, talvez procedente da África. Com o desenrolar das migrações humanas pelo planeta, ela também se disseminou pelas áreas do Mediterrâneo, Mesopotâmia, Índia e do Sudeste da Ásia. É provável que a malária tenha atingido a América através de viagens através do Oceano Atlântico, em épocas distantes. Escritos religiosas e médicas muito antigas também se referem a esta doença, atribuindo-a a um castigo dos deuses. Hipócrates foi o primeiro médico que rompeu os véus da superstição e a relacionou aos períodos sazonais do ano ou aos lugares pelos quais os doentes haviam passado. Após o passo pioneiro de Hipócrates, outros médicos deixaram registros sobre a malária, que aparecia sempre em intervalos cíclicos nas mais diversas partes da Europa.
 As taxas de incidência da malária são extremamente altas durante todo o período (1930/1945), acometendo a população de todo o estado, com maior intensidade no litoral e nas áreas novas de ocupação mais recente próximas à divisa do estado com o Mato Grosso e o Paraná. Há três grandes epidemias nesse período: 1935, 1940, 1941 e 1945. A incidência que normalmente variava entre 250 e 350 casos por 100.000 habitantes chega a 476/100.000 hab. em 1935, 713 em 1940, 2.422 em 1941 e 690 em 1945. As taxas ultrapassam os 5 mil casos por 100.000 hab. nos municípios do litoral com exceção da cidade de Santos. As epidemias coincidem com períodos de disseminação dos criadouros de A. darlingi ao longo dos rios Tietê, Paraná e Paranapanema e de seus principais afluentes, que se sucedem a cada cinco anos. Durante esse período doenças como a malária, as leishmanioses, a febre amarela e a doença de Chagas tem sua incidência diminuída ou estabilizada uma vez que já não há florestas a derrubar nem espaços novos a conquistar. A ocupação agrícola ou industrial do solo vai transformando as condições de produção dessas doenças tornando o risco de transmissão menos presente. Em 1950 ocorre a última epidemia de malária significativa. São 261 casos por 100.000 habitantes afetando menos de 10 municípios do extremo noroeste do estado. Durante a década as taxas vão oscilar entre 30 e 50 até que tenha início, em 1959, a campanha para a erradicação.

 - Formas de contágio:
 A malária é causada por protozoários do gênero Plasmodium, como o Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale: os dois primeiros ocorrem em nosso país e são mais frequentes na região amazônica. Essa doença, conhecida também pelos nomes impaludismo, febre palustre, maleita e sezão, tem como vetor fêmeas de alguns mosquitos do gênero Anopheles. Estas, mais ativas ao entardecer, podem transmitir a doença para indivíduos da nossa espécie, uma vez que liberam os parasitas no momento da picada, em sua saliva. Transfusão de sangue sem os devidos critérios de biossegurança, seringas infectadas e mães grávidas adoecidas são outras formas em que há a possibilidade de contágio.
No homem, os esporozoítos infectantes se direcionam até o fígado, dando início a um ciclo que dura, aproximadamente, seis dias para P. falciparum, oito dias para a P. vivax e 12 a 15 dias para a P. malariae, reproduzindo-se assexuadamente até rebentarem as células deste local (no mosquito, a reprodução destes protozoários é sexuada). Após esses eventos, espalham-se pela corrente sanguínea e invadem hemácias, até essas terem o mesmo fim, causando anemia no indivíduo.

 - Sintomas:

 Febre alta, sudorese e calafrios, palidez, cansaço, falta de apetite e dores na cabeça e em outras regiões do corpo são os principais sintomas, que podem se manifestar a cada 48 horas, caso a infecção tenha sido causada pelo P. falciparum ou pelo P. vivax; e a cada 72 horas quando o agente causador é o P. malarie (febre quartã). Essa primeira espécie pode, ainda, afetar vários órgãos e sistemas do corpo, como o sistema nervoso e aparelho respiratório.

 - Tratamento:
 Para confirmar a presença do parasita no sangue, a análise é feita por meio de uma pequena amostra, geralmente retirada da ponta do dedo do paciente (teste de gota espessa). O tratamento é feito com o uso de fármacos orais e deve ser iniciado o mais rapidamente possível, para evitar complicações como anemia, icterícia e mau funcionamento dos órgãos vitais, além dos riscos que um indivíduo acometido pelo P. falciparum pode estar sujeito.

- Prevenção:

A prevenção consiste em evitar picadas do mosquito, fazendo o uso de repelentes, calças e camisas de manga longa, principalmente no período de fim da tarde e inícioda noite. Evitar o acúmulo de água parada a fim de impedir a ovoposição e nascimento de novos mosquitos é outra forma de evitar a malária.